A partir do momento que ela veio me matar, eu me defendi”. A declaração foi feita por Jean Lopes Morais de Souza, preso por assassinar a facadas Inaianne da Costa Silva, de 27 anos, babá dos filhos dele. O crime ocorreu na última segunda-feira (13), no bairro Santa Lúcia, em Maceió, e causou comoção nacional. O depoimento foi obtido com exclusividade pela TV Pajuçara/RECORD.
Inaianne havia sido contratada há cerca de cinco dias para cuidar das três crianças – filhas de Jean com a ex-companheira, dona da casa onde o crime ocorreu. A principal linha de investigação aponta que o homicídio pode ter sido motivado por retaliação.
Durante o interrogatório, Jean alegou legítima defesa. Ele afirmou que a vítima não seria uma pessoa confiável e estaria sendo procurada por criminosos, o que, segundo a versão dele, colocaria os filhos em risco. Por isso, mesmo estando proibido de se aproximar da residência por conta de uma medida protetiva em vigor, ele teria ido até o local para buscar as crianças e “protegê-las” da suposta ameaça.
Ela já era procurada. Ela não pode andar nem no Village e em vários lugares, que ela já fez muitas coisas erradas na vida. Eu perguntei a minha ex-esposa se ela era confiável para ficar com nosso filhos e ela disse que era uma amiga”, alegou Jean.
O homicídio
De acordo com Jean, quando ele chegou no local, avisou que foi buscar as crianças e houve uma negativa por parte de Inaianne. A partir desse momento, iniciou uma discussão com a babá, que teria evoluído para agressões físicas entre os dois e supostamente teria matado-a para se defender.
De acordo com Jean, ao chegar ao local, informou que estava ali para buscar as crianças, mas Inaianne teria se recusado a entregá-las. A negativa teria dado início a uma discussão entre os dois, que, segundo ele, evoluiu para agressões físicas. Ainda na versão dele, Jean afirma que matou a babá em legítima defesa.
A partir do momento que ela veio para cima de mim, eu me defendi. Foi tipo legítima defesa, ela partiu para cima de mim. A gente entrou em conflito. […] Então, em legítima defesa eu me defendi e defendi meus filhos.”
Dentro da residência, estavam três crianças que eram filhos dele. Após ser esfaqueada, a babá teria corrido na direção do outro quarto e abraçado um dos menores, quando foi assassinada. Todos os menores presenciaram o momento do homicídio.
Não foi premeditado.
Ainda durante o interrogatório, Jean alegou que o crime não foi premeditado. No entanto, o suspeito foi até a casa andando e estava utilizando um capacete e um macacão para cobrir todo o corpo, o que levantou a suspeita dele ir cometer um crime e querer não ser reconhecido pelas câmeras de segurança.
O homem informou que teria ido com as roupas para chegar disfarçado e não ser reconhecido pelos vizinhos e populares da região.
Se os vizinhos me vissem não iam deixar [entrar na casa]. Eles sabiam que eu não podia entrar lá. E eu também sabia”, afirmou Jean.
Confira o depoimento completo de Jean:
No domingo (12), véspera do crime, o suspeito publicou quatro mensagens enigmáticas em seu perfil no Instagram. Ele começou dizendo que “só pra lembrar, nada passa batido”. Mas a mensagem mais intrigante veio logo em seguida, quando ele postou que estava com vontade de beber sangue. “Hoje tô a fim de beber sangue de pilantra até a última gota”, publicou.
Numa terceira mensagem, o suspeito também insinuou agir de forma calculada. “Tem gente que se acha esperto, até cruzar com quem finge ser burro”, disse. Por fim, o homem afirmou nas redes sociais que não se curvaria e que continuaria a ser um problema. “Eu sempre serei o problema, porque comigo ninguém fará o que quiser”, traz o post que finaliza a sequência de quatro mensagens com indiretas.
Suspeito chegou a negar o crime
O homem chegou a gravar um áudio negando o crime. No entanto, a ex-mulher reconheceu o suspeito nas imagens de câmeras internas de segurança da residência, que registraram toda a ação, contrariando a versão dele enviada em áudio de que não teria cometido o crime.
Mulher sofreu diversos ferimentos
O corpo de Inaianne foi encontrado sentado na porta da residência bastante ensanguentado e com diversos ferimentos. O celular e os pertences pessoais da vítima não foram encontrados, o que levanta a suspeita do suposto autor ter levado os objetos. O homem, de 32 anos, foi preso horas depois, na casa da própria mãe, no bairro Antares.
fonte: tnh1
