O julgamento de Matheus Soares, acusado de envenenar o próprio filho, Anthony Levy, de apenas 4 anos, teve continuidade na manhã desta quinta-feira (18). Durante a sessão, o réu voltou a confessar o crime, mas se limitou a responder ao defensor público Eraldo Silveira, e disse que não queria ser interrogado pelo promotor de justiça e nem ao juiz.
Matheus afirmou que teria comprado o veneno, popularmente conhecido como chumbinho, para uso próprio. Ele alegou não querer responder às demais acusações, justificando que “tudo já estava no processo”.
Depoimento da diretora da escola
A diretora da unidade escolar onde Anthony estudava, Maria Suely Silva Santos, foi uma das testemunhas ouvidas. Emocionada, ela relatou os momentos em que o menino começou a passar mal em sala de aula.
“O Anthony estava mal, trêmulo, mole. Quando cheguei, ele estava sentado no colo da professora porque não conseguia ficar em pé. Pensamos que era algo de saúde ou até fome. A professora disse que ele não tinha feito o desjejum. Saí para buscar comida e, quando voltei, ele já estava inconsciente”, contou.
Segundo a diretora, o menino chegou com vida à UPA, mas em estado grave. Ela destacou ainda o comportamento do pai na unidade de saúde, que chamou a atenção pela frieza.
“A mãe estava aos prantos, mas o pai chegou tranquilo. Ele dizia que a escola deveria ter dado remédio para o filho, o que não aconteceu. Nenhuma criança recebe medicação no colégio. Ele quis culpar a escola para se livrar da responsabilidade”, afirmou.
Maria Suely relatou ainda que imagens de câmeras de segurança mostraram o acusado descartando o frasco de veneno no lixo da escola logo após deixar o filho.
Porteiro e auxiliar confirmam achados do veneno
O porteiro da escola, Cícero Gabriel da Silva, contou que viu a professora com o recipiente suspeito nas mãos.
“Ela perguntou o que era aquilo. Eu também não sabia, mas achei estranho. Depois, guardei o frasco e, no dia seguinte, entreguei à polícia”, disse.
Já a auxiliar de sala Maria Vânia relatou que encontrou o frasco em meio aos brinquedos das crianças durante o intervalo. Sem reconhecer a substância, recolheu o material para que fosse encaminhado à direção.
A diretora revelou que uma das professoras envolvidas no episódio ficou tão abalada que precisou se afastar das atividades. Ela reforçou que Anthony era uma criança saudável e alegre, que gostava de brincar.
“Nas câmeras vi uma pessoa muito má. Ele beijou o filho e, em seguida, jogou o pote com veneno no lixo, colocando em risco até outras crianças”, declarou Maria Suely.
fonte: Tnh1