Caso Gabriel lincoln ganha repercussão nacional: pm fala em legítima defesa, mas rajeto após matar o jovem aponta mais uma inconsistência em depoimento; veja reportagem

IMG_4747

A morte de Gabriel Lincoln, o adolescente de 16 anos atingido por tiro nas costas numa abordagem de policiais militares em Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas, ainda repercute diante de novas denúncias e reviravoltas. O programa Domingo Espetacular, da RECORD, nesse dia 21 de setembro, entrevistou os pais do menino, os advogados, tanto da família quanto da defesa, e ainda exibiu vídeos da perseguição e trechos do depoimento do sargento Alex Melo Santos, autor do disparo que matou o jovem.

A reportagem trouxe à tona a suspeita de que o sargento Alex pegou a arma de fogo – plantada na cena do crime – ao passar em casa, na mesma cidade, antes da conclusão da ocorrência feita pelos PMs para ser apresentada ao supervisor. As provas do advogado da família foram conseguidas através de dados de geolocalização.

O revólver de calibre 38 foi dado como apreendido, à época, para justificar que o tiro contra o adolescente foi disparado em legítima defesa, assim eximindo a responsabilidade pela prática de crime prévio de homicídio. O exame residuográfico e a análise de DNA mostraram que não houve vestígios que indiquem o uso da arma por Gabriel Lincoln. Além disso, uma imagem antiga, do sargento Alex, mostra um revólver semelhante em sua cintura.

Mesmo diante de provas, a Polícia Civil de Alagoas decidiu pelo indiciamento do militar pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, a conclusão da investigação foi questionada por novas provas e depoimentos contraditórios. O Ministério Público do Estado de Alagoas já apresentou denúncia de homicídio qualificado com dolo eventual, por entender que o PM assumiu o risco de matar, sem dar chance de defesa à vítima.

Depoimento do sargento Alex

No vídeo do depoimento, o sargento Alex informou que identificou Gabriel Lincoln como o motociclista que furou o sinal vermelho, e em seguida, deu empinada em moto, considerada uma manobra perigosa. Nesse momento, ele disse que a equipe formada por ele, e pelo PMs Cláudio Mychel Marques dos Santos e Jordy Moreira de Macena, iniciaram a perseguição em viatura.

A reprodução simulada mostrou que o sargento tocou em Gabriel Lincoln por trás, depois de puxar a mochila nas costas dele com a mão direita e segurar a arma na mão esquerda. Em seguida, Gabriel perdeu o controle e caiu na calçada.

No vídeo do depoimento, o sargento Alex informou que identificou Gabriel Lincoln como o motociclista que furou o sinal vermelho, e em seguida, deu empinada em moto, considerada uma manobra perigosa. Nesse momento, ele disse que a equipe formada por ele, e pelo PMs Cláudio Mychel Marques dos Santos e Jordy Moreira de Macena, iniciaram a perseguição em viatura.

A reprodução simulada mostrou que o sargento tocou em Gabriel Lincoln por trás, depois de puxar a mochila nas costas dele com a mão direita e segurar a arma na mão esquerda. Em seguida, Gabriel perdeu o controle e caiu na calçada.

Para se defender, o sargento Alex disse ter visto o momento em que o adolescente sacou a arma de fogo. O militar disse que se assustou e o empurrou. Na sequência, o policial contou que escutou o som do disparo dado pelo jovem. As testemunhas negaram a versão. Alex, Cláudio e Jordy foram indiciados por fraude processual.

O caso

A morte de Gabriel, que estudava pela manhã e ajudava a família fazendo pizzas à noite, ocorreu após ele ser abordado pela polícia no dia 3 de maio de 2025. Assustado, o menor de idade teria acelerado a moto, dando início à perseguição. A ação só terminou quando um disparo atingiu suas costas, levando-o a óbito.

Doze testemunhas, que aceitaram depor, apresentaram um relato diferente do dos militares. A principal evidência contra a versão policial veio de um exame residuográfico, solicitado pelo advogado da família. O laudo, que buscou vestígios de pólvora nas mãos de Gabriel, concluiu que “não foram encontrados nas amostras analisadas, resíduos determinantes de disparo de arma de fogo”.

fonte: tnh1