Filmaê é lançado e reforça papel da inclusão social e da arte como política pública

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Com um clima digno de Oscar, que incluiu tapete vermelho e dezenas de flashes, 24 jovens foram recebidos como verdadeiras estrelas de cinema no lançamento do Filmaê. Essa iniciativa inovadora reuniu talentos de comunidades periféricas para a produção de vídeos institucionais para o Governo de Alagoas.

A “noite de gala” ocorreu na segunda-feira (6), no Cine Arte Pajuçara, em Maceió, marcando a estreia oficial dos trabalhos. A noite era de muita expectativa, tanto para as famílias que foram prestigiar o lançamento quanto para os gestores.

O secretário de Estado da Comunicação, Wendel Palhares, destacou que a comunicação pública vem mudando o protagonismo, que antes era do gestor e agora é da própria comunidade. “Hoje, temos o desafio, na área de comunicação, de aproximar o cidadão para que ele faça parte desse processo: conhecer o que o serviço público está ofertando para ele e, ao mesmo tempo, participar e aprender. Desde 2017, o Estado desenvolve um trabalho com a ONU-Habitat e, neste ano, iniciou foco em educação midiática”, disse o secretário.

“Muitas vezes, a publicidade parece algo distante do cidadão; hoje, porém, eles puderam ver como pesquisar o que o governo está fazendo, como produzir esse conteúdo e como valorizar a própria obra. E isso está acontecendo de forma inédita no mundo: o próprio cidadão realizando o VT do Estado”, completou Palhares.

O Filmaê é o conjunto de quatro vídeos que se transformaram em propagandas institucionais. São eles: “Grota é Cultura”, que aborda o Programa Vida Nova nas Grotas; “Turismo”, que aborda sobre o turismo em Alagoas; “Educação para Todos”, abordando o Cartão Escola 10 e o “Vem Que Dá Tempo”; e o próprio “Filmaê”, mostrando o processo de criação. Os vídeos produzidos serão veiculados nos canais abertos. Paula Zacarias, coordenadora do programa da ONU-Habitat, destacou as produções como exitosas. “Esse trabalho demonstra que, quando oferecemos formação, espaço e confiança, a juventude ocupa o centro da cena, conta suas próprias histórias e ajuda a construir um Estado mais próximo, plural e participativo”, pontua Paula.

Cidadania digital que transforma

Para produzir os conteúdos, os jovens participaram de oficinas de roteiro, direção, fotografia, edição e som, mostrando como a comunicação e a cidadania digital podem transformar realidades. A iniciativa dá continuidade ao Digaê! – Juventudes, Comunicação e Cidade, realizado pelo Governo de Alagoas e a ONU-Habitat nas grotas de Maceió.

O projeto ampliou oportunidades de formação e profissionalização para jovens das periferias, fortalecendo seus talentos e impulsionando transformações sociais. As equipes receberam oficinas técnicas e total liberdade criativa, sob supervisão da Nova Agência, da Staff e da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), e geraram os materiais audiovisuais lançados nesta segunda.

Experiências únicas que abrem as portas

Os protagonistas da noite não vieram de Hollywood, e sim das “quebradas” de Maceió. O tapete vermelho se estendeu para Leo Eira, morador da Vila Emater 2, que com traje de gala foi recebido com aplausos e gritos de alegria. Léo já pensava em ser ator, mas lançar um audiovisual para o Governo de Alagoas era algo que não passava pela sua cabeça. “No Digaê, toquei o audiovisual pela primeira vez: aprendi, gravei, produzi! No Filmaê, dei mais um passo e saí da bolha: ocupei outros espaços, ampliei meu olhar e vi meu nome nos créditos como produtor”, destacou Leo.

“Foi surpreendente viver isso antes do que eu imaginava. Levar o meu nome e o nome da minha periferia para o audiovisual é uma dádiva: dá esperança para outros jovens, mostra que a gente pode desviar dos caminhos que tentam impor para nós e construir futuros possíveis. Ver o governo acreditar na gente acende um brilho no olhar da periferia. Quando olham para nós sem preconceito, a gente enxerga mais longe, acredita no próprio potencial e entende que pode chegar a outros lugares”, completa Leo.

Já Cecília Guedes, moradora do Benedito Bentes, fez sua estreia já com a promessa de retornar e seguir a carreira do audiovisual. “No começo do Filmaê, eu não imaginava que seria tão grandioso. Mas, depois que fizemos os anúncios e tudo começou a tomar forma, pensei: “Poxa, vai ter tudo isso, e eu vou estar participando, fui eu quem fiz!. Foi uma experiência muito especial, grande mesmo.

Desde o Diga Aí eu já tinha curiosidade sobre o audiovisual: como é trabalhar por trás das câmeras? O Filmaê foi a oportunidade de entrar de verdade nesse mundo, me profissionalizar e montar um portfólio. Poxa, estou trabalhando com o governo! Agora quero me especializar e crescer nessa área”, conta Cecília.

Com direito a estatueta do Oscar

A referência do Oscar não foi apenas na recepção. No final do evento, os jovens foram premiados e levaram para casa uma “quase estatueta”, para que jamais se esqueçam da noite em que se tornaram estrelas. Representando os jovens do Filmaê, Arthur Vieira subiu ao palco e contou sobre como os jovens se sentem honrados em se tornarem protagonistas das políticas públicas.

“Eu poderia falar aqui por horas a fio sobre o projeto: relembrar que o ‘Digaê’ foi finalista em premiações internacionais, destacar o profissionalismo demonstrado por cada jovem que integra este projeto. Mas estamos todos ansiosos para assistir às produções que foram feitas. Darcy Ribeiro, antropólogo e educador brasileiro, diz:

“Se queremos colher bons frutos, precisamos cuidar das raízes: investir na educação, na cultura e no social, e é isso que o Governo de Alagoas vem fazendo com os jovens”, discursou Arthur.

Iniciativa que inspira vai continuar 

O Filmaê será apresentado como referência latino-americana em educação midiática durante o Congresso Mundial de Alfabetização Midiática e Informacional da Unesco, nos dias 23 e 24 de outubro, em Cartagena das Índias, Colômbia. No evento, o Filmaê ganhou novos capítulos.

“Depois, já para o próximo ano, nós estamos estudando fazer o Filmaê Quilombola, com as comunidades tradicionais quilombolas; o Filmaê Indígenas, com as comunidades indígenas; e o Filmaê Mulher, fazendo com que a mulher também expresse o que o governo do Estado está ofertando para ela. Assim, o cidadão que confia num projeto e pede que esse Estado o sirva, passa a contar como é que ele se sente e como é que esse serviço chega até ele. Eu acho que todos ganham com isso”, finalizou o secretário Wendel Palhares.

Fonte: Agência Alagoas